08 May

É interessante notar como determinadas situações nos fazem refletir sobre coisas bobas que acabam nos forçando a valorizar o que sempre deveria ter sido valorizado, mas por conta do cotidiano frio e rotineiro, acabamos por ignorá-las. As vezes é preciso um baque, uma parada brusca pra podermos enxergar isso. Dessa vez, é uma espécie de parada mundial causada por um inimigo invisível que, sem distinção, afeta a todos.


Não há como negar como os mitos gregos influenciaram diversos arquétipos e estruturas narrativas dos contos modernos de super-heróis de quadrinhos, aqueles personagens que se sacrificam em prol da humanidade que os observa e os admira como seres divinos. As histórias em quadrinhos ainda nos ensinam que, apesar de seus poderes fantásticos, esses seres são tão humanos e falhos quanto os próprios leitores: cheios de dúvidas, medos e inseguranças. Ainda sim, dispostos a vestir o uniforme e salvar quem estiver em perigo.

Como bem notado pela Tia May em Homem-Aranha 2 (2004):

Acredito que há um herói dentro de todos nós... Que nos mantém íntegros. Que nos dá força. Nos enobrece. E, por fim, nos deixa morrer com dignidade. Mesmo que, às vezes, seja preciso ser firme e desistir daquilo que mais queremos. Até dos nossos sonhos...

Pois bem, essa é a reflexão que essa situação de pandemia nos traz. Diversas situações na história humana poderiam ser considerados contos de mitologia grega ou de heróis de quadrinhos; acontece que aqui a mitologia é vida real, e heróis...bom, são os profissionais de saúde e de segurança pública, que apesar de seus medos e inseguranças, todos os dias vestem seus uniformes e salvam quem está em perigo.

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