31 May
31May

Foto: Daria Yakovleva

Certa vez, meu pai provou um caqui e falou: “Hum, ele está apertoso...”. Fiquei olhando para ele, quieta, durante uns 5 segundos, mas meus pensamentos viajaram tanto que o breve momento pareceu ter 5 minutos: O que seria apertoso? Qual o gosto de um caqui apertoso? Pedi um pedaço. E não é que fiquei com uma sensação esquisita em minha boca ao provar? Apertoso coube direitinho para aquele incômodo provocado pelo tal caqui.

Hoje, provando um caqui tão saboroso, doce e cremoso, que seria a minha sobremesa por direito na hora do almoço, lembrei daquela cena longínqua. Temos diferentes qualidades de caqui atualmente! Vejo tipos e sabores tão diversificados que fico pensando se são mesmo aquela fruta raiz, o caqui com cara de tomate. Mas todos, claro, apresentam uma característica ímpar: aquela coroinha seca em cima.



No caqui mais tradicional, o chamado rama forte, podemos retirar a tal coroinha, dividi-lo ao meio e degustá-lo. Não tem erro. É muito saboroso. Mas atenção! Se não for bem acomodado nas compras pode chegar todo amassado do mercado e precisar ser consumido imediatamente. Será um sacrifício!

Já o tal chocolate, mais firme e muito doce, provo por pedaços cortados a faca. E o Fuyu, outra preferência, seria um intermediário, mais consistente e cremoso! É dele que fiz de sobremesa quando lembrei da cena de meu pai. Talvez a palavra apertoso, não encontrada nos dicionários, viesse de alguma construção próxima, mas oposta de gostoso, cremoso, saboroso. Todas com o mesmo sufixo e classificadas como adjetivos. Realmente, uma construção curiosa!

Como gosto desta época de maio, de deleitar-me de frutas como o caqui. Quisesse também, por coincidência do destino que eu morasse próximo a Mogi da Cruzes. Sim, Mogi, a terra do caqui.


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